[19 de julho de 2010]

Trigésimo terceiro

Sou irritante, e irritável. Às vezes, irrito a mim mesma.
Posso ser dura como uma pedra, mas posso quebrar como uma janela de vidro, arrasando tudo e todos que estejam por perto.
Há dias em que quero alguém pra conversar e abraçar, outros, tenho o profundo desejo que toda a humanidade suma e eu fique sozinha no planeta.
Sei o que quero, mas não sei por quanto tempo continuarei querendo o mesmo.
Instabilidade é meu nome do meio.
Já vi tantos lugares, mas ainda não achei o meu.
Já tive sonhos estilhaçados, esperanças destruídas, tempo desperdiçado.
Pude desfrutar da liberdade, e acabei por impor mais limites a mim mesma, do que uma mãe impõe a uma criança.
Descobri que algumas amizades têm prazo de validade, e que romances são agradáveis por um curto período de tempo, até que se percebe que o romance não existe na vida real.
Vi que morar com amigos é divertido nos primeiros meses, depois, a diversão é substituída pela responsabilidade.
Aprendi que vale pagar pelo conforto, mesmo que isso signifique ter menos tempo para desfruta-lo.
Fui obrigada a admitir que conselhos de mãe tendem a úteis.
Passei minha vida deixando meu cérebro em forma, para ser julgada apenas pela minha aparência, mesmo não gostando dela.
Descobri que se pode amadurecer mais em 1 mês, do que em 20 anos.
Percebi como todos falam em mudar o mundo, mas continuam esperando que ele mude sozinho.
Odeio ser vista, prefiro ser ouvida, mesmo não tendo assunto, na maioria das vezes.
Me perco nos meus pensamentos, mesmo não sabendo no que estou pensando.
Sei que grande parte das coisas que digo (e escrevo) fazem sentindo na minha cabeça, mas o perdem quando são ouvidos (lidos).
Não espero ser entendida (e nem o quero!), ser compreendida é o bastante.
Descobri que o exato momento em que se abre os olhos pela manhã, é o que define se o mundo será seu amigo ou inimigo ao longo do dia.
Pessoas não prestam, até que provem o contrário; e quanto mais amigável ela é no momento que você a conhece, maior a distância que você deve manter dela.
Odeio surpresas, mesmo vivendo de recomeços.


- Postado por Anônimo às 12:06.

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