Odeio tudo que despertas em mim, esses sentimentos contraditórios, esses costumes que não são meus, esses pensamentos que evito ter. Sua voz ecoando em minha mente, seu cheiro grudado em minha pele, não me permite esquecer.
Meus desejos mudaram de forma, agora são todos teus. Meus sonhos foram invadidos, e os encontro despedaçados. Agora não sei mais o que sonhar.
Sinto-me fechada novamente, batendo a porta na cara da vida, trancando-me nas ilusões que me consolam enquanto me fazem desmoronar.
Malditas ilusões que criei pra minha vida. Maldita vida que criei de ilusões.
Hoje tirei o dia pra reparar na curiosidade das pessoas. Curiosidade é natural, ao menos eu espero que seja, pois devo ser uma das pessoas mais curiosas que conheço. Sempre quero saber o por que das coisas. Mas quanto à curiosidade sobre a vida alheia? O que faz com que pessoas que convivem conosco (obrigatoriamente ou não) queiram saber mais do que nós mesmos sobre nossas vidas?
Costumo me limitar ao bom e velho ‘licença, mas a vida é minha e nada dela te interessa!’, mas, pensando sobre isso, não seria melhor se divertir com tal curiosidade? Deixar as pessoas confusas e cada vez mais atiçadas. Quero dizer, se querem perder seu nada precioso tempo brincando de detetives com a minha nada interessante vida, por que não dar motivos para isso, falsos motivos?
Pretendo experimentar essa ‘brincadeira’ muito em breve para saber quantos Sherlocks tem interesse em minha vida. Quem sabe sou mais interessante do que acredito ser...